quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Programação de atividades de Sua Santidade Sakya Trizin no Brasil - Julho/2011


Com muito regozijo e júbilo anunciamos a programação da visita de Sua Santidade Sakya Trizin ao Brasil. S.S. estará acompanhado de sua esposa, Sua Eminência Gyalyum Chenmo, e de Sua Eminência Gyana Vajra Rinpoche, filho mais novo de Sua Santidade, que também concederá iniciações e ensinamentos. Abaixo a programação completa das atividades que serão desenvolvidas no periodo de 22 à 26 de julho de 2011:

22/07
15:30: Chegada em São Paulo
18h: Iniciação de Manjushri e ensinamentos de Sakya Pandita em São Paulo

23/07
11h: Chegada ao Mosteiro, recepção pela Sangha e autoridades e consagração do Mosteiro Sakya
14:30: Reunião com representantes de todas as tradições
17:30: Iniciação de Cherenzi e ensinamentos sobre a prática da compaixão

24/07
10h: Iniciação de Ngondro (preliminares) - ensinando a praticar. Por S.E. Gyana Vajra Rinpoche
14:30: Iniciação de Buda Mahavairocana e ensinamentos sobre a prática da sadhana

25/07
9h: Viagem a Recife
15h: Palestra na conferência internacional na UFPE
19h: Iniciação de Manjushri e ensinamentos sobre a sabedoria por S.E. Gyana Vajra Rinpoche

26/07
9h: Consagração das terras do Mosteiro Sakya em Pernambuco
14:30: Iniciação de Guru Rinpoche no CEBB Dharmata.
18h: Reunião com a Diretoria do Mosteiro Sakya e CEBB.
19h: Despedida de Sua Santidade.

Obs: As inscrições, valores e formas de pagamento estarão disponíveis em março.

Visitem o novo site do Mosteiro Sakya: http://www.sakyabrasil.org/

terça-feira, 27 de julho de 2010

Primeira visita de Sua Santidade Sakya Trizin ao Brasil



O Mosteiro Sakya Tsarpa mui jubilosamente vem informar-lhes da primeira visita de Sua Santidade Sakya Trizin ao Brasil e à América do Sul. A visita ocorrerá no ano de 2011, no período entre os dias 19 e 27 de julho, e está sendo organizada por este mosteiro.

Mais informações sobre a visita de Sua Santidade ao Brasil serão disponibilizadas na segunda quinzena de agosto após o encontro do Abade Lama Rinchen Khyenrab com Sua Santidade.

Uma biografia de Sua Santidade Sakya Trizin pode ser encontrada no site.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Palestra e ensinamentos em São Lourenço - MG, por Mui Ven. Lama Rinchen Khyenrab

Palestra pública: "A filosofia budista e sua prática na sociedade conteporânea"
Data: 18 de junho de 2010 (sexta-feira)
Horário: 20h
Entrada Franca

Ensinamento: "Os aspectos do caminho: meditação e o conhecimento filosófico"
Data: 19 de junho de 2010 (sábado)
Horário: 10h às 17:30h (com intervalo para almoço)
Contribuição: R$ 70

Ensinamento: "As Quatro Nobres Verdades e as renúncias que produzem contentamento"
Data: 20 de junho de 2010 (domingo)
Horário: 10h às 17:30 (com intervalo para almoço)
Contribuição: R$ 70
 
Obs. Toda arrecadação é revertida para a manutenção de monges e estudantes residentes do Mosteiro Sakya Tsarpa em Cabreúva - SP.

Palestrante
Mui Ven. Lama Rinchen Khyenrab é um monge plenamente ordenado na tradição Sakya do budismo tibetano e abade do Mosteiro Budista Sakya Tsarpa. Foi consagrado lama (professor) por seu mestre raiz S.E. Chogye Trinchen Rinpoche, renomado mestre tântrico e chefe da sub-escola Tsarpa. Lama Rinchen é autorizado a ensinar o Dharma, tanto os aspectos filosóficos quanto tântricos dos três veículos e tem ensinado extensivamente filosofia e meditação no Brasil, tanto para estudantes e praticantes do Dharma como também em universidades, empresas privadas e governamentais. Atualmente Lama Rinchen está engajado no programa de Mestrado em Psicologia Institucional na Universidade Federal do Espírito Santo.

Mais informações
email: espacodharma@hotmail.com
Tel.: (35) 3331-4817 (Deusa Leonelli)
Tel.: (35) 9185-5599 (Tadeu) - ctadeu@centroin.com.br
Tel.: (35) 9168-1706 (Priscila) - prisce@centroin.com.br

domingo, 9 de maio de 2010

Acumulação de 100 mil tsogs de Guru Rinpoche durante o Saga Dawa



Foto: Himalayan Art Resources
Guru Ogyen Tsokye Dorjechang: emanação de Guru Rinpoche da sadhana Chuva de Bençãos
A partir do dia 13 de maio a 14 de junho estaremos no período do Saga Dawa, ou seja, o período mais sagrado do contexto budista sendo esse período o mais apropriado para o acúmulo de mérito e sabedoria.
Entre os dias 21 a 23 de maio de 2010, no Mosteiro Sakya Tsarpa em Cabreúva, ofereceremos 100 mil tsogs de Guru Rinpoche de acordo com a sadhana Chuva de Bênçãos de Guru Rinpoche com visualização da emanação Ogyen Tsokye Dorjechang.
É de extrema importância que a todo momento treinemos nossa mente a estar focada em ações virtuosas de corpo, fala e mente, pois essas são as raízes de condições auspiciosas e positivas para que galguemos os objetivos maiores de nossa vida. Muitas vezes as coisas que aspiramos parecem tão próximas a nós, mas por alguma razão não se realiza ou não nos chega às mãos. Estar consciente da necessidade de gerar méritos e saber usar cada situação que se apresenta ao longo do nosso dia para isso é um grande treino. Quando nos é possível realizar uma prática em grupo com a finalidade de remover obstáculos externos, internos e secretos – e dentro de um contexto unifocado – é uma oportunidade para que nos dediquemos ao treino de nossa mente. As orações e mantras em louvor a Guru Rinpoche são conhecidas pela sua eficácia na geração de condições auspiciosas e remoção de obstáculos.
Mui Ven. Lama Rinchen Khyenrab concederá o voto de refúgio e a transmissão oral (lung) da Sadhana Chuva de Bênçãos. Solicitamos as pessoas que quiserem receber o voto de refúgio e/ou o lung que nos informem no momento da sua inscrição.



Inscrições para as atividades

Solicitamos que o participante faça sua inscrição para o evento, informando também o interesse por hospedagem e/ou pelas refeições. Inscrições obrigatórias para organização de refeição e alojamento. E-mail: sakya@sakyabrasil.org ou telefones: (11) 4528-1737 ou (11) 6404-6010.

Contribuição: Dada a natureza deste evento e sendo o mês do Saga Dawa, Lama Rinchen Khyenrab está oferecendo sem nenhum custo a hospedagem e alimentação aos participantes que se comprometerem para com todo o período, principalmente no sábado e no domingo.

Período da acumulação dos 100 mil tsogs: Sexta (21) das 20h às 22:30. Sábado (22) e domingo (23) das 6h às 18h, com intervalo para almoço das 12h às 13h.

Hospedagem: Acomodações em beliches no alojamento coletivo feminino e masculino. O participante deve trazer roupas de cama, banho, travesseiro e cobertores. Lembramos que nessa época do ano faz frio em Cabreúva e ressaltamos a necessidade em trazer cobertores. Atenção: há um número limitado de vagas para hospedagem. Se for de seu interesse entre em contato para saber da disponibilidade de vagas.

sábado, 2 de janeiro de 2010

A Ética da Compaixão

Texto de autoria de Lama Rinchen Khyenrab. Publicado originalmente na revista Triratna.


Na compreensão de Siddhartha Gautama, compaixão é o desejo, inerente em nossos corações, de que todos os seres estejam livres de sofrimento. Desse prisma traduzido pelos ensinamentos do Buddha, sempre que nosso olhar encontra outro ser humano, desejamos que encontre todas as causas e condições de felicidade e que esteja livres de todas as causas e condições de infelicidade.

Muitos, porém, se questionam como poderiam estabelecer compaixão na prática. Sob o ponto de vista teórico, diríamos, certamente, que nossa natureza humana já é compassiva, que espontaneamente desejamos que os outros sejam felizes.

No entanto, algumas vezes não conseguimos perceber isso com tanta clareza. Por exemplo, quando essa mesma natureza humana, por seus hábitos adquiridos ao longo da existência, é levada a agir de três modos. Ela tem:


* Apego às experiências que a ela são favoráveis e agradáveis;
* Aversão às experiências que a ela não é agradável nem favorável;
* Indiferença ao desconhecido.

Contudo, a partir de um enquadre na Ética da Compaixão, deveríamos ser capazes de ver a todas situações com equanimidade, aprendermos a olhar, observar, perceber, sentir e reagir a todo e qualquer fenômeno imbuídos verdadeiramente por esse conceito de compaixão, onde todos os seres, independentemente se são meus amigos, inimigos ou desconhecidos, são vistos equanimente como seres que buscam a felicidade e fogem do sofrimento. Uma vez que eu consiga me posicionar de forma equânime, conseguirei praticar essa ética de forma bem clara.

Todavia, na maior parte das vezes, de uma forma ou de outra, tendemos a valer nossos movimentos de palavras, pensamentos e ações com preferência ou parcialidade, que, muitas vezes, tornam a imparcialidade uma tarefa difícil. Nesse contexto, a prática da compaixão seria a ética da imparcialidade em todo e qualquer movimento que surja para nós. Quando tratamos de compaixão, que é o grande enfoque da Filosofia Buddhista, nós desenvolvemos um treinamento para observarmos as coisas, os outros seres, com equanimidade.

É importante observar que a essa natureza humana é inerente o estado de felicidade. Por outro lado, a busca dessa felicidade, muitas vezes, tem como resultado o sofrimento e a dor ou a infelicidade. Diante disso, precisamos compreender as motivações que nos conduzem em nossas buscas. Quando analisamos a motivação, encontramos uma ética. Mesmo assim, eu posso ter uma motivação verdadeira, mas não uma intenção muito verdadeira. Posso ter uma intenção verdadeira, mas uma motivação não tão verdadeira. Ou posso ter as duas não verdadeiras. Ou posso ter as duas verdadeiras.

Nesse campo é hora de observamos se, de fato, aquilo que busco tem uma motivação verdadeira, ou em uma linguagem mais sensível, uma motivação pura. A ética está relacionada diretamente a isso. Eu posso ser um supervisor numa fábrica e galgar o cargo de gerente, posso chegar nesse cargo de gerente demonstrando qualidades no meu trabalho ou posso chegar nesse cargo de gerente apontando as deficiências dos outros. Motivação e intenção caminham juntas. Mas, em qualquer dessas situações, se aprendermos que compaixão significa olhar o outro e desejar que esse outro tenha a mesma felicidade, alcance a mesma felicidade que você também está buscando, nesse momento desenvolvemos um sentido de equanimidade. Em outras palavras, todos nós somos absolutamente iguais, todos nós, dentro do contexto das nossas vidas, seja da vida profissional numa fábrica, da vida estudantil, da vida acadêmica, seja qual for, qualquer ação, qualquer situação, você sempre vai olhar os outros em estado de equanimidade. Todos nós vamos buscar condições melhores, que possam nos trazer uma sensação mais duradoura de felicidade e de bem-estar, porém, nunca permanente, porquanto nada na vida é permanente.

Ao desenvolvermos uma visão clara de equanimidade, teremos uma clareza ainda maior de nossas capacidades cognitivas e de realização, podendo, assim, alcançar o referido cargo de gerente sem que, no entanto, seja necessário desrespeitar a dignidade do outro. Talvez, na sociedade em que estamos inseridos, muitos são os exemplos daqueles que alcançam o sucesso desprovidos deste princípio de ética e de equanimidade.

Em resumo, a compaixão é a sua capacidade de visualizar o outro como você, de compreender o outro com os mesmos direitos de felicidade e de promoção, acima de tudo, da felicidade do outro. O grande filósofo indiano Shantideva é enfático ao dizer que a felicidade verdadeira que nós podemos experienciar e cultivar em nós reside na nossa capacidade de promover a felicidade ao outro e a verdadeira infelicidade que nós podemos experimentar é quando visamos somente a nossa própria felicidade. Então, compreendemos, nessas quatro linhas, o que é ética e o que é não ética. Ou seja, poderíamos dizer que ética é a expressão de nossas palavras, pensamentos e ações cujo resultado é a nossa felicidade como conseqüência da felicidade dos outros e a não-ética é quando a nossa felicidade resulta da infelicidade do outro ou da nossa própria e única felicidade.

Por fim, é importante lembrarmos que o ser humano é inerentemente compassivo, amoroso, paciente, tolerante, generoso e com uma grande capacidade de trabalho progressivo e criativo. Somos seres de criação e de realização. Essas seis qualidades fazem parte da nossa natureza e quando as nossas ações no dia-a-dia estiverem próximas dessas seis virtudes, dessas seis qualidades, estaremos praticando uma ética compassiva.

Quando Siddhartha Gautama observou o sofrimento humano, ele procurou compreender as causas da infelicidade, e essa causa reside nesse afastamento da nossa natureza, daquilo que nos é mais inerente, que é ser amor. Quanto mais próximos ficarmos da natureza humana, mais chances teremos de experienciarmos felicidade, regozijo e crescimento.